As exportações tornaram-se um dos pilares da recuperação económica de Portugal após o impacto da pandemia. A retoma da atividade turística, o crescimento da procura externa por bens agroalimentares e a valorização de setores tecnológicos permitiram ao país recuperar parte das perdas registadas em 2020. O saldo da balança comercial melhorou e novas oportunidades surgiram em mercados fora da União Europeia.
Setores como o vinho, o azeite, os têxteis técnicos e as tecnologias de informação destacaram-se pelo aumento das vendas internacionais. Empresas que apostaram na inovação, na qualidade dos produtos e na adaptação às exigências dos mercados externos conseguiram não só manter-se operacionais, como expandir a sua presença global. Esta dinâmica provou que a internacionalização é um caminho viável para o crescimento sustentável.
No entanto, nem todas as empresas beneficiaram da mesma forma. A dimensão reduzida de muitas PME, a dependência excessiva de alguns mercados e as dificuldades logísticas continuam a ser obstáculos à competitividade externa. A existência de apoios públicos como linhas de crédito à exportação e formação para internacionalização tem sido essencial, mas não suficiente.
Para reforçar este motor económico, é necessário continuar a diversificar os destinos de exportação, apostar em produtos de maior valor acrescentado e investir em estratégias digitais. A consolidação das exportações como alicerce económico exige uma visão de longo prazo, com políticas públicas que valorizem a produção nacional e a integração em cadeias de valor globais.